22 de mai. de 2012

PENTECOSTES


No dia 27 de maio celebramos Pentecostes. No Antigo Testamento, como vimos na reflexão sobre Ação de Graças, o povo judeu se reunia para a festa da colheita. No Novo Testamento em atos 2.1-13 é relatada a reunião do povo para esta festa, que acontecia em Jerusalém. Podemos imaginar a grande movimentação na cidade que ainda comenta  os últimos acontecimentos ocorridos  cinqüenta dias antes: prisão, crucificação, mas sobretudo ressurreição de Jesus. Mas os discípulos não se encorajaram  a participar da festa, por medo da reação das pessoas e se trancaram em casa.
Neste acontecimento importante para o povo de Deus se cumpre a promessa de que um Auxiliador seria enviado, para motivar os discípulos a levar adiante a mensagem do reino de Deus. Jesus havia prometido que não os deixaria sós nesta missão e eis que a promessa se cumpre: é enviado o Espírito Santo. Promessas divinas se cumprem!
O inusitado acontece: o ambiente onde estão é tomado por uma grande força  que se assemelha ao som do vento e línguas de fogo aparecem sobre as cabeças dos discípulos, que saem de casa e quebram o silêncio passando a falar do ressuscitado e não mais temendo a reação da multidão.
A ação dos discípulos deixa a multidão maravilhada, pois pessoas de diversas nacionalidades ouvem e entendem a mensagem cristã. Porém, como continua até hoje, também havia aqueles que diziam que os discípulos estavam bêbados. A proposta de Jesus nunca será unanimidade, pois sempre haverá quem diga que  isto é invenção humana ou coisa de bêbados.
Nós cremos e confessamos a fé no trino Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Mesmo nem sempre entendendo a ação da terceira pessoa da Trindade, cremos que só com esta força do Espírito Santo temos coragem e motivação para levar adiante a tarefa  que Jesus confiou aos seus discípulos e também a nós: anunciar aquilo que ele fez e o exemplo que ele deixou, começando em casa e indo além fronteiras, como muito bem o coloca Martim Lutero na explicação do terceiro artigo do Credo Apostólico no  Catecismo Menor: “Creio que, por minha própria inteligência ou capacidade, não posso crer em Jesus Cristo, meu senhor, nem chegar a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho, iluminou com seus dons, santificou e  conservou na verdadeira fé. Assim também chama, reúne, ilumina e santifica toda a Igreja na terra, e em Jesus Cristo a conserva na verdadeira e única fé. Nesta Igreja ele perdoa, cada dia plenamente, todos os pecados a mim e todos os mortos e dará a vida eterna a mim e a todas  as pessoas que crêem. E, no último dia ressuscitará a mim e a todas as pessoas que crêem em Cristo. Isto é certamente verdade.”
No dia de Pentecostes – o início da Igreja Cristã –  queremos expressar nossa gratidão e louvor a Deus por podermos fazer parte desta Igreja e, apesar de nossas limitações e dificuldades, sermos chamados através do batismo a sermos mensageiros desta Boa Nova.
P. Celson Hartmann – São Pedro do Sul

A Ç Ã O DE GRAÇAS


     Palavras como obrigado, Senhor, graças a Deus ou Deus seja louvado soam tão belas, são tão fáceis de ser pronunciadas e vêm tão rápidas aos lábios que, por isso mesmo, se tornam chavões e meros cacoetes. Mas a palavra ação muda bastante o sentido da gratidão e aponta para uma forma concreta de demonstrá-la. A expressão Ação de Graças nos motiva a agir, a responder com amor, com a nossa solidariedade.
       Nossos cultos de Ação de Graças pela Colheita nos reportam a um passado (Antigo Testamento – Levítico 23.15-21 e Deuteronômio 16.9-11) onde as pessoas agradeciam a Deus de uma forma bem concreta por tudo que haviam colhido. Faziam isso trazendo como oferenda o primeiro fruto colhido, o melhor fruto produzido, o primeiro ou mais forte e bonito cordeiro do rebanho. Esta era a sua ação de graças. Quanto a isto, sem dúvida hoje se tem enormes dificuldades. O que se vê e ouve é exatamente o contrário: além de não nos motivarmos a oferecer com amor, criatividade, desprendimento e alegria, achamos que com uma sacola de chuchus jogada aos pés do altar tudo está resolvido e que um saco de laranjas “já tá mais do que bom”! Isto é ação de graças?
Não!!! Isto é apenas uma mísera “colaboração”, para desencargo de consciência!
       Ação é sair da casca, é olhar em volta, é estender a mão em solidariedade colocando em prática as palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei”! Amar apenas em palavras é muito bonito, até romântico, mas soa superficial, vazio, se não for colocado em prática, no dia-a-dia, ali onde Deus mais precisa – no irmão sofredor. Agindo estaremos agradecendo.
       Esta é a verdadeira Ação de Graças que eu acredito que o Povo de Deus Lhe deve. E ela não precisa nem deve acontecer apenas em um determinado momento ou culto previamente definido, mas diariamente, onde quer que estejamos e com quem quer que convivamos. Através de nossa ação de amor, de bondade, de solidariedade para com o nosso semelhante e o mundo que nos cerca estaremos rendendo graças a Deus pela sua fidelidade e seu amor incondicional por nós.
                                             Catequista Edelcard Stapenhorst Hartmann – S. Pedro do Sul