"Se o grão de trigo não for lançado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo." João 12.24
A cada ano, cada dia as coisas estão diferentes. Planejamos algo, mas tudo acontece diferente...
Os acontecimentos de Jerusalém também foram diferentes naquele ano. Quando os discípulos celebraram a Páscoa com Jesus como era de costume, Jesus assumiu o lugar do servo mais humilde, pegou a toalha, a jarra com água e a toalha, abaixou-se e lavou-lhes os pés. A celebração também foi diferente, ao servir e distribuir o pão e o vinho ele disse: isto é meu corpo, oferecido por vós. Isto é meu sangue derramado em favor de vós.
Naquela sexta-feira, tudo foi e aconteceu diferente. Para os discípulos aquela manhã foi muito diferente. Depois da noite em que o Senhor foi preso, todos se dispersaram, fugiram, se esconderam. Estavam sem o mestre, decepcionados, com medo e sem esperança. Para Simão Pedro também foi diferente. Ele avaliou mal a sua coragem, pois disse estar disposto a ser preso com Jesus e até morrer por ele. Mas quando foi reconhecido como um dos seguidores de Jesus na casa do grande Sacerdote Caifás, agiu diferente, negou Jesus três vezes dizendo: Eu não sei do que você está falando. Juro que não conheço esse homem! Para o criminoso Barrabás uma grande surpresa, tudo foi diferente. Ele esperava a morte certa e surpreendentemente foi libertado. Outro foi condenado em seu lugar. Simão de Cirene, tornou-se involuntariamente o carregador da cruz de Jesus. Foi chamado pelos soldados romanos a carregar a cruz de Jesus Cristo até ao Gólgota, o local onde Jesus foi crucificado. Um dos ladrões na cruz, no ultimo momento da vida, tudo foi diferente, ele reconheceu a Jesus como Senhor, pediu o perdão de seus pecados, e recebeu de Jesus uma promessa. Eu afirmo a você que isto é verdade: hoje você estará comigo no paraíso.
Também no domingo de Páscoa tudo foi diferente. As mulheres, tristes, se dirigiram ao sepulcro no primeiro dia da semana com o propósito de embalsamar o corpo de Jesus, conforme o costume da época. Mas ao chegarem lá, tudo estava diferente. Não puderam realizar o último serviço de amor e fidelidade a Jesus. Ao invés disto elas tiveram a reação de surpresa e temor pelo que viram, ao que estava na frente delas. A grande pedra que fechava o sepulcro havia sido removida. Ali só estavam os lençóis brancos. Mas onde está Jesus? A mensagem que receberam aponta para o futuro, além do túmulo: Por que buscais entre os mortos ao que vive? Estas palavras contém o centro de toda a mensagem da ressurreição: Jesus vive, a morte foi vencida pela vida, não pode detê-lo.
"Se o grão de trigo não for lançado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo." (João 12,24) Jesus o crucificado ressuscitou. A história de Jesus não terminou. Na verdade, ela está apenas começando. Ele diz “Eu sou a ressurreição e a vida.” A ressurreição de Jesus Cristo é fundamental como primeira e definitiva ressurreição em meio a humanidade.
Páscoa! Jesus que estava morto, ressuscitou, ele vive! Agora tudo é diferente para nós. Esta notícia mudou a nossa vida. Páscoa nos mostra como Jesus, por amor, nos serviu com a sua vida. É uma transformação de vida. O florescer das esperanças, das forças, do reinício, do reencontro com a vida. Páscoa não fala de nós, mas fala para nós. Páscoa abre os nossos olhos com o anúncio, Jesus vive. Somos chamados para entender o verdadeiro significado do agir, do servir, do pregar e do morrer de Jesus. E tudo foi diferente do que esperava o povo da época de Jesus. Eles esperavam um rei que sentasse em um palácio e governasse. Mas o rei veio diferente, caminhou entre o povo, viveu e serviu.
E tudo é diferente para nós hoje por causa de Jesus. Tudo mudou para nós. Jesus nos serviu com a própria vida. Por onde Jesus andou semeou a boa notícia do amor de Deus. Jesus, na manhã da Páscoa, continua atuante e nos convida a amar e servir uns aos outros como ele nos ensinou.
Diácona Lovani Lilge
