21 de jul. de 2012


DIA DOS AVÓS


        A propósito do dia dos avós, dia 26 de julho, e como avô com 70 anos, na espera do nono neto ou neta. Os avós também gostam de surpresas...
       A gente se torna avô/avó completamente de graça: é que netos/as nos acontecem. São mais uma afirmação da dádiva da vida, “sem nenhum mérito da nossa parte”. Sentimo-nos gratos pela chegada e, quando possível, da possibilidade de acompanhar os netos.
       Eles nos lembram de que somos elos da corrente de quem viveu antes de nós e da certeza de tudo de bom que nos transmitiram. Compartilhamos da esperança de que em fé e amor possamos também legar, quem sabe, o que de melhor recebemos.
       Vovô e vovó, como era no tempo em que vocês foram crianças? Foi o que a professora Iara, da classe de educação infantil da nossa neta Sofia perguntou para nós, diante da turminha de 13 coleguinhas.
Então falamos do que então se brincava e cantava, e até deu para ensinar uma brincadeira cantada que a minha mãe trouxe da sua terra natal, a Alemanha. Jogamos também “Mensch, hau ab” que chamamos de “ratinho”.
Com isso gostaria de falar da importância de cantar e brincar com nossos netos. Com certeza, não são só os jovens que aprendem, mas nós mesmos somos ricamente recompensados pelo convívio lúdico com a nova geração. Assim somos elos entre as gerações.
Lembro-me da neta que, chateada com um jogo, saiu cantando ironicamente: Eu sou um desmancha prazeres!... (Ich bin ein Spielverderber!)
É importante, desde a infância aprender a jogar, a perder (tornando-se “o mico-preto” todo pintado a carvão), a ganhar com humildade, sem desrespeitar os outros. Jogando aprende-se a encarar os fatos importantes da vida com alegria e serenidade.
Como avô relembro que dos meus avós só ouvia falar de longe, não cheguei a conhecê-los pessoalmente, pois ficaram na Alemanha. Hoje, como avós, compartilhamos com os netos a expectativa de cada (re) encontro, com todas as suas preparações, surpresas e imprevistos.
Como avós, nos acontece o amor multiplicado com espontaneidade.
Cabe neste contexto a canção sublime do amor de 1ª Co 13 “quem ama, se alegra quando alguém faz o que é certo”, e mais adiante, “Quem ama, nunca desiste”.
Como avós é muito importante aceitar o jeito de ser tão diferente dos filhos e, depois, dos netos, sem querer impor nossas vontades.
Lidar com fé, esperança e paciência, são dicas dadas por Paulo, também para o convívio de gerações.
Que bom que cada dia pode ser o dia das mães, dos pais, das crianças e dos avós!
Que bom que não precisamos ficar sentados esperando homenagens e presentes!
Que bom podermos estar presentes, mesmo muitas vezes, só em pensamentos, e nos sentirmos presenteados pelo nosso querido Pai Eterno, pela dádiva de filhos e netos, e, até de, diante deles, podermos ser os representantes do seu infinito amor e da sua graça pura!

             Hermann K. G. Krause, 
P.em. São Pedro do Sul

CONGRENAJE


Acompanhe a transmissão do CONGRENAJE que será transmitido pela Faculdades EST. 
Assista o vídeo "propaganda": 

O endereço da transmissão será 
http://www.congrenaje.blogspot.com.br/ e algum link no site da faculdade (http://www.est.edu.br/). Além desses também vai aparecer no Site Luteranos e no site do DNAJ.

Martina Wrasse Scherer
JE Sinodo Centro-Campanha Sul

CÚPULA DOS POVOS: A VERDADEIRA RIO +20


Entre os dias 13 e 22 de junho, nosso país foi sede da Conferência das Nações Unidas, sobre desenvolvimento sustentável, a Rio +20. Infelizmente, pesquisas apontaram que 78% dos brasileiros não tinham conhecimento sobre o que seria debatido no encontro. Governantes e chefes de estado estiveram reunidos para discutir sobre a economia verde, erradicação da pobreza e a estrutura institucional para um desenvolvimento sustentável. O encontro era importante, mas foi pouco divulgado e, por fim, acabou gerando um documento fraco, com falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocam a crise global.
Paralela à conferência oficial, ocorreu a Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, evento organizado pela sociedade civil, em que os povos pediam paz, respeito e justiça. Assim como o acontecimento principal, este recebeu ainda menos atenção da mídia. Na Cúpula, pessoas gritavam contra a Conferência das Nações Unidas, contra a centralização do poder e discutiam, de fato, a sustentabilidade. Mas uma sustentabilidade sobre o capitalismo, e não sobre o verde, sobre nossa casa, sobre a Criação de Deus.
18 jovens, de 10 sínodos da IECLB também puderam embarcar rumo ao Rio de Janeiro, para somar suas forças e vozes àqueles que primavam pela justiça. Eles foram selecionados entre vários outros jovens de todo o Brasil para compor o projeto Criatitude – Rumo à Rio +20, da Secretaria Geral, junto com o Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje), a Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e Federação Luterana Mundial (FLM). O projeto teve início com a elaboração da cartilha Criatitude,  em 2011, que foi uma parceria entre Conaje e o Conselho Sinodal da Juventude Evangélica do Sínodo Rio dos Sinos, para o Mês de Missão da Juventude para aquele ano e eu tive a oportunidade de participar.
Mais que participar de palestras, oficinas e debates, fomos desafiados a olhar para a situação do mundo e agir; tomar decisões que resultem em um bem coletivo, e não somente para aquilo que temos à nossa volta. Dentre a rica programação que tivemos, posso destacar alguns itens. Marina Silva, ex-ministra do meio ambiente, em conjunto com Cláudio Oliver e Ednaldo Michelou, palestrou no Instituto Benne, onde estivemos alojados, sobre o papel dos jovens cristãos na sustentabilidade, na transformação do mundo. Ela enfatizou a mudança no nosso jeito de ser, e não apenas de fazer, diferentemente do que acontece na Conferência oficial, em que se discute apenas o fazer, tendo como foco o estabelecimento de metas ou objetivos.
Inspiradora também foi a Marcha, no dia da Mobilização Global. A Avenida Rio Branco reuniu, dessa vez, não só jovens, não só cristãos, mas pessoas de todos os credos, de todas crenças, de todas as cores, de todas as idades, que lutavam por causas diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Nosso grupo já era a prova disto, pois, além de ter de todo o Brasil, também incluiu jovens de outras Igrejas Luteranas da América Latina, como Chile, Colômbia, El Salvador, Nicarágua e Suriname. Lutavam por melhores condições de saúde, por mais respeito, pelos direitos das mulheres, direitos indígenas, educação, agricultura familiar, código florestal, mas, acima de tudo, e em comum, por uma vida mais digna e justa para todos.
Uma semana na “Cidade Maravilhosa”, repleta de belezas naturais, nos faz meditar sobre como a mão de Deus é bondosa e atua sobre as pessoas. Nada mais justo que cuidarmos da sua Criação, assim como ele tem cuidado de nós. O ser humano precisa perceber que faz parte da obra de Deus e não achar que está acima dela. Este foi o enfoque da Oficina nós, jovens luteranos, assessoramos durante a Cúpula e também do culto que participamos em uma Comunidade carioca. Me emocionei muito quando, ao final do culto, depois de dançarmos a música “Momento Novo”, uma senhora que estava passando na rua, entrou e veio dar seu depoimento de que nunca tinha visto uma Igreja tão animada, e nos incentivou a usarmos nossa criatividade, nossa atitude, nossa força jovem para o bem da Criação.


Martina Wrasse Scherer
JE Sinodo Centro-Campanha Sul