No dia 27 de
maio celebramos Pentecostes. No Antigo Testamento, como vimos na reflexão sobre
Ação de Graças, o povo judeu se reunia para a festa da colheita. No Novo
Testamento em atos 2.1-13 é relatada a reunião do povo para esta festa, que
acontecia em Jerusalém. Podemos imaginar a grande movimentação na cidade que
ainda comenta os últimos acontecimentos
ocorridos cinqüenta dias antes: prisão,
crucificação, mas sobretudo ressurreição de Jesus. Mas os discípulos não se
encorajaram a participar da festa, por
medo da reação das pessoas e se trancaram em casa.
Neste
acontecimento importante para o povo de Deus se cumpre a promessa de que um Auxiliador
seria enviado, para motivar os discípulos a levar adiante a mensagem do reino
de Deus. Jesus havia prometido que não os deixaria sós nesta missão e eis que a
promessa se cumpre: é enviado o Espírito Santo. Promessas divinas se cumprem!
O inusitado
acontece: o ambiente onde estão é tomado por uma grande força que se assemelha ao som do vento e línguas de
fogo aparecem sobre as cabeças dos discípulos, que saem de casa e quebram o
silêncio passando a falar do ressuscitado e não mais temendo a reação da multidão.
A ação dos
discípulos deixa a multidão maravilhada, pois pessoas de diversas
nacionalidades ouvem e entendem a mensagem cristã. Porém, como continua até
hoje, também havia aqueles que diziam que os discípulos estavam bêbados. A
proposta de Jesus nunca será unanimidade, pois sempre haverá quem diga que isto é invenção humana ou coisa de bêbados.
Nós cremos e
confessamos a fé no trino Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Mesmo nem sempre
entendendo a ação da terceira pessoa da Trindade, cremos que só com esta força
do Espírito Santo temos coragem e motivação para levar adiante a tarefa que Jesus confiou aos seus discípulos e
também a nós: anunciar aquilo que ele fez e o exemplo que ele deixou, começando
em casa e indo além fronteiras, como muito bem o coloca Martim Lutero na
explicação do terceiro artigo do Credo Apostólico no Catecismo Menor: “Creio que, por minha
própria inteligência ou capacidade, não posso crer em Jesus Cristo, meu senhor,
nem chegar a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho, iluminou com
seus dons, santificou e conservou na
verdadeira fé. Assim também chama, reúne, ilumina e santifica toda a Igreja na
terra, e em Jesus Cristo a conserva na verdadeira e única fé. Nesta Igreja ele
perdoa, cada dia plenamente, todos os pecados a mim e todos os mortos e dará a
vida eterna a mim e a todas as pessoas
que crêem. E, no último dia ressuscitará a mim e a todas as pessoas que crêem
em Cristo. Isto é certamente verdade.”
No dia de
Pentecostes – o início da Igreja Cristã – queremos expressar nossa gratidão e louvor a
Deus por podermos fazer parte desta Igreja e, apesar de nossas limitações e
dificuldades, sermos chamados através do batismo a sermos mensageiros desta Boa
Nova.
P. Celson
Hartmann – São Pedro do Sul